sábado, 22 de setembro de 2012

A existência de Deus



Damião era o dono de uma, bem sucedida, farmácia numa cidade do interior do Brasil. Era um homem bastante inteligente, mas não acreditava na existência de Deus ou de qualquer outra coisa além do seu mundo material.

Num certo dia, estava ele fechando a farmácia quando chegou uma criança chorando e dizendo que a sua mãe estava mal e que se ela não tomasse certo remédio iria morrer. Muito nervoso e após a insistência da criança, resolveu reabrir a farmácia para pegar o remédio desejado. A sua insensibilidade perante aquele momento era tal que acabou por pegar o remédio mesmo no escuro, entregou-o à criança, que lhe agradeceu e que saiu dali correndo.

Minutos depois, apercebeu-se que tinha entregue o remédio errado à criança e, que se aquela mãe o tomasse, teria morte instantânea. Desesperado, tentou alcançar a criança, mas não teve êxito. Gritou em desespero... E o tempo passava e nada acontecia. Sem saber o que fazer e com a consciência pesada, ajoelhou-se e começou a chorar e a dizer: se existe Deus, não me deixes passar por assassino.

O tempo passava e ele, de joelhos a pensar que a mulher poderia já estar morta e, certamente, ele teria de pagar por isso. Refletiu sobre a sua intemperança, sobre seu mau humor, principalmente sobre sua insensatez. De repente, sentiu uma mão tocar-lhe no ombro esquerdo e ao virar deparou-se com a criança novamente a chorar. Naquele momento ficou desconsolado. Mas tinha uma certeza: Deus, de fato, não existia. Já podia imaginar o que estava para lhe acontecer. O choro e o olhar triste daquela criança atravessava-lhe a alma. No entanto, como um lampejo de sabedoria, perguntou a menina o que lhe havia acontecido. Então aquela criança começou a dizer:
- Senhor, por favor não brigue comigo, mas é que eu caí e quebrei o frasco do remédio, dá para o senhor me dar outro?

Deus existe e conhece-te pelo nome. Ele tem sempre o melhor para você, por mais que as circunstâncias mostrem o contrário.
Acredita neste amor que é maior do que qualquer um dos seus problemas, mesmo que estes sejam grandes e de difícil resolução.
Acredita na vida melhor que Ele tem preparada para ti!
Acredita neste amor! Acredita em todos os instantes deste dia como se fossem milagres realizados somente para ti, pois tu és, com toda certeza, um dos milagres de Deus aqui na Terra.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A esperança

Havia milhões de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores: brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas e azuis.

Um dia elas procuraram Deus e disseram-Lhe:
- Senhor Deus, nós gostavamos de viver na terra, entre os homens.
- Assim será feito, respondeu o Senhor. Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas e podem descer para a Terra.

Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram a brincar, correndo com os vaga-lumes nos campos; outras se misturaram com os brinquedos das crianças e a terra ficou maravilhosamente iluminada.

Porém, passando algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o céu, deixando a Terra escura e triste.
- Por que voltaram? Perguntou Deus, à medida que elas chegavam ao céu.
- Senhor, não nos foi possível permanecer na terra. Lá existe muita miséria e violência, muita maldade, muita injustiça...
E o Senhor disse:
- Claro! O lugar de vocês é aqui no céu. A terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, nada é perfeito. O céu é lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece.

Depois que chegaram todas as estrelas e conferindo o seu número, Deus falou de novo:
- Mas está faltando uma estrela. Perdeu-se no caminho?
Um anjo que estava perto retrucou:
- Não Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens. Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe a imperfeição, onde há limite, aonde as coisas não vão bem, onde há luta e dor.
- Mas que estrela é essa? - Voltou Deus a perguntar.
- É a Esperança, Senhor. A estrela verde. A única estrela dessa cor.
E quando olharam para a terra, a estrela não estava só. A terra estava novamente iluminada porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa.

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A caixa de beijos



Uma vez, no mês de Dezembro, um homem castigou a sua filha de quatro anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado. A situação financeira da família não era a melhor, por isso, o homem ficou furioso ao ver a menina embrulhar uma caixa com aquele papel tão caro e, depois, colocá-la debaixo da árvore de Natal. Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente ao pai e carinhosamente disse:
- Isso é para você, paizinho! Espero que goste.
Ele ficou envergonhado pela sua furiosa reação no dia anterior, mas ao abrir a caixinha e encontra-la vazia, voltou a explodir:
- Tu não sabes que quando se dá um presente a alguém, coloca-se alguma coisa na caixa?!
A menina olhou para cima com lágrimas nos olhos e disse:
- Ah, paizinho, a caixa não está vazia, pois eu mandei muitos beijinhos aí para dentro e são todos para você papa!
O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a filha e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado da sua cama por muitos anos e, sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, tomava da caixa um beijinho imaginário e recordava o amor que sua filha havia depositado ali.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Arte de Ser Feliz



HOUVE um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebe-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava a sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, ah, às vezes faziam com as mãos gestos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e sentia-me completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde, e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

MAS, quando falo dessas pequenas felicidades, certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
(Cecília Meireles)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Quando a raiz é o amor e a fé

Próximo de um riacho, havia um pequeno bosque. E ali tinha muitos tipos de árvores.

Todas gastavam as suas energias para tentar ser mais alta e grande, com muitas flores e perfumes, mas eram fracas e tinham pouca força em suas raízes.

Em vez disto, um pé de louro, disse:

“Bem, é melhor, eu investir minha seiva para ter uma ótima raiz, assim crescerei e poderei dar para minhas folhas tudo o que elas necessitam”.

As outras árvores estavam orgulhosas por serem belas; em nenhum outro lugar existia tantas flores e perfumes. E não deixavam de se admirar e de falar dos encantos de um e outros, e assim, todo o tempo, ficavam admirando-se e rindo das outras.

O pé de louro sofria a cada instante essas provocações. Riam dele, endeusando suas flores e perfumes, abanando suas abundantes folhagens.,

“Loureiro” – diziam – “para que queres tantas raízes? Veja, todas nos elogiam, porque temos pouca raiz e muita beleza. Deixa de pensar nos outros! Preocupa-te somente contigo”.

Porém, o loureiro estava convencido do contrário, desejava amar os demais e por isso tinha raízes fortes.

Um belo dia, veio uma grande tormenta e sacudiu, soprou e bufou sobre o bosque
As árvores maiores, que tinham uma intensa ramagem, viram-se tão fortemente golpeadas, que por mais que gritassem, não puderam evitar que o vento as rodeasse.

Em vez disso, o pequeno loureiro, como tinha poucas ramas e muita raiz, apenas perdeu umas poucas folhas. Então, todos compreenderam que:

O que nos mantem firmes nos momentos difíceis, não são as aparências, mas sim o que está oculto nas nossas raízes, dentro do nosso coração… ali… em tua alma… E ISTO SE CHAMA AMOR E FÉ.

sábado, 1 de setembro de 2012

Não esqueça de dizer: "Obrigado".

Uma alma, recém-chegada no céu, encontrou-se com São Pedro. O santo levou a alma a um passeio pelo céu. Ambos caminharam passo a passo por umas grandes oficinas cheias de anjos. São Pedro deteve frente a primeira seção e disse: “Esta é a seção de recibo. Aqui todas os pedidos feitos a Deus, mediante a oração, são recebidas”. A alma olhou a seção e estava terrivelmente cheia, com muitos anjos classificando os pedidos escritos em volumosas folhas de papel, de pessoas de todo mundo.

Seguiram caminhando até que chegara à seção seguinte e São Pedro lhe disse: “Esta é a seção de embalagem e entrega. Aqui, as graças e bênçãos que as pessoas pedem, são embaladas e enviadas às pessoas que as solicitaram”. A alma viu quão ocupados estavam os anjos, trabalhando em embalagens e enviando para a terra as inúmeras bênçãos.
 
Finalmente, na oficina mais distante, São Pedro parou na ultima seção. Por surpresa do recém chegado, somente um anjo permanecia ali, ocioso, assoviando melodias e fazendo muito pouca coisa. “Esta é a seção de agradecimentos”, - disse São Pedro. “Como é que há tão pouco trabalho aqui?” – perguntou a alma. “Isto é o pior”, - contestou São Pedro. “Depois que as pessoas recebem as bênçãos que pediram, são poucas as que enviam seus agradecimentos”.
 
Como pode uma pessoa agradecer as benção de Deus?” – perguntou a alma.
 
Simples” – disse São Pedro – “Somente tens que dizer: Obrigado Senhor!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Vendemos Sementes

Uma mulher sonhou que entrava em uma loja recém inaugurada, na praça do mercado e, para sua surpresa, descobriu que Deus é que encontrava atrás do balcão.
- “Que vendes aqui?” – ela perguntou
- “Tudo o que teu coração desejar” – respondeu Deus. Não acreditando no que tinha ouvido, ela decidiu procurar o que melhor uma pessoa pode desejar:
- “Desejo paz de espírito, amor, felicidade, sabedoria e ausência do todo temor”. E, logo depois de um momento de hesitação, acrescentou:
- “Não só para mim, mas para todo mundo”. Deus sorriu e disse:
- "Creio que não me tens compreendido, querida. Aqui não vendemos fruto. Vendemos, unicamente, sementes" - Deus conclui.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Espelho

Um dia chegou um grupo de escaladores procedentes de alguma cidade. Certamente foi um evento incomum. Não estiveram ali mais do que três horas.
Enquanto os montanhistas descansavam um pouco, uma das mulheres pegou da sua mochila um espelho de mão. Em um instante se viu rodeada de um exercito de meninas que olhavam em silêncio abrindo e fechando os olhos com um espanto solene. Nunca tinham vistos um espelho.
- O que é isto que tens na mão? – perguntou a mais pequena, indicando o espelho, com seu dedo gordinho.
- Isto? … Um espelho! – disse a mulher. Nunca viu um?
O grupo de meninas negou de forma uníssona movendo a cabeça e sem tirar os olhos daquele objeto maravilhoso. Vê-las era um espetáculo encantador e até mesmo a escaladora, acostumada a grupos de admiradores, foi presa em sua simplicidade.
- Que coisa! – disse. Você nunca tiu um e eu não poderia viver sem ele… pegue, te dou de presente.
E entregou o espelho à menina mais pequena. A menina olhou para sua mão, surpresa, depois sorriu e olhando intensamente, a garotinha lhe deu um sonoro beijo no rosto.
Porém, depois de um momento a menininha retornou e entregou o espelho à mulher.
- O que aconteceu? – disse a mulher. Não o quer?
- Não, é que… neste aparece apenas meu rosto! – respondeu a menininha. Ficar se vendo o tempo todo é chato… não tens outro onde aparecem meu papai, minha mamãe e meus amigos?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O AMOR



Um filho se dirige à mãe:
 - Mamãe, meu coração tá doendo, passa pomada? 
 Preocupada a mãe pergunta,
 - Seu coração, filho? Como assim? O que aconteceu?
 - Não aconteceu nada mamãe, começou a doer do nada, mas tá doendo muito, passa a pomadinha!
 - Não tem como passar pomada no coração, filho. O que você estava fazendo quando começou a doer?
 - Eu estava conversando com a Laura, lá no balanço da escolinha. Aí ela me contou que gostava do Hugo, aquele meu amigo que vem sempre aqui em casa. Aí quando ele passou perto dela, ela levantou do balanço e foi atrás dele e me deixou sozinho. Aí o meu coração começou a doer, e tá doendo até agora.
 A mãe, assustada, não sabia o que dizer ao filho e então simplesmente o abraçou e sussurrou no ouvido dele:
 - Filho, você conheceu o amor.
 O filho, meio sem entender, perguntou:
 - O amor? Mas você sempre disse que o amor era uma coisa boa, e então por que ele está machucando meu coração?
 - Não são todos os que sabem valorizar o amor. Quando esse amor se oferece para alguém e esse alguém não dá valor, o amor fica triste e volta pra sua casinha, que é o coração. E para o amor entrar de novo no coração, deixa um machucado bem grande nele.  Esse machucado que fica no coração se chama decepção.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um "sabichão" no trem

Um jovem universitário se sentou, no trem, em frente a um senhor de idade, que devotamente passava as contas do seu terço.
O garoto, com a arrogância de seus poucos anos e o seu pedantismo da ignorância, disse-lhe:

- Parece mentira que ainda você crê nestas coisas antigas.
- Assim é, você não? – respondeu o ancião.
- Eu! - disse o estudante lançando uma estridente gargalhada – Acredite em mim: jogue este rosário pela janela e aprenda o que diz a ciência.
- A ciência? – pergunta o ancião com surpresa. – Eu não entendo bem. Talvez você pudesse explicar-me?
- Dê-me seu endereço – respondeu o garoto, fazendo-se de importante e em tom protetor – Eu te enviarei alguns livros que poderão ensinar.

O ancião pegou da sua carteira um cartão de visita e se entregou ao estudante, que leu assombrado:
“Louis Pasteur. Instituto de Investigações Científicas de Paris”;
O pobre estudante ficou corado e não sabia onde se esconder.
Havia se oferecido para instruir sobre a ciência ao homem que descobriu a vacina antirrábica, que havia prestado, precisamente com sua ciência, um dos maiores serviços à humanidade.
 Louis Pasteur, o grande sábio que tanto bem fez aos homens, nunca escondeu sua fé nem sua devoção à Nossa Senhora. E ele tinha, como um sábio, uma grande personalidade e foi considerado consciente e responsável por suas convicções religiosas.