quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Uma noite de tempestade



Uma noite de tempestade, há muitos anos, fez um homem idoso e sua esposa pararem em uma recepção de um pequeno hotel, na Filadélfia. Tentando obter abrigo da forte chuva, o casal se aproxima do recepcionista e pergunta:
“Pode nos dar um quarto?”.
O empregado, um homem atento, com um sorriso morno lhes diz:
“Há três convenções simultâneas na Filadélfia… Todos os quartos, do nosso hotel, e de outros estão lotados”.
O casal se angustiou, pois era difícil que a esta hora e com estes tempo horroroso fosse conseguir onde passar a noite. Mas o empregado disse:
“Vejam…, não posso manda-los embora com esta chuva. Se vocês aceitarem, posso oferecer-lhes meu próprio quarto”.
O casal rejeitou, mas o empregado insistiu voluntariamente e, finalmente, terminaram aceitando seu quarto.
Na manhã seguinte, ao pagar a conta o homem pediu para falar com ele e disse-lhe:
“Você é o tipo de Gerente que eu teria em meu próprio hotel. Talvez algum dia construa um hotel para devolver-lhe o favor que nos fez”.
O recepcionista tomou a frase como um elogio e se despediram amigavelmente.
Passaram-se dois anos e o emprego recebe uma carta daquele homem, no qual recordava o fato e enviava uma passagem de ida e volta a New York com o pedido expresso de que os visitassem. Com certa curiosidade o empregado não desprezou esta oportunidade de visitar gratuitamente New York e foi até la.
Nesta ocasião, o senhor idoso o levou à esquina da Quinta Avenida com a 34 e indicou com o dedo um imponente edifício de pedra avermelhada e disse-lhe:
“Este é o Hotel que eu construí para você”.
O recepcionista olhou aturdido e disse:
“É uma piada, não é?”.
“Pode assegurar-se que não”, contestou com um sorriso cumplice do homem idoso.
E assim foi com o William Waldorf Astor construiu o Waldorf Astoria original e contratou o seu primeiro gerente, de nome Georg C.
Obviamente, Georg C. Boldt não imaginou que sua vida estava mudando para sempre, quando fez aquele favor para atender ao velho Waldorf Astor naquela noite de tempestade. Não temos muitos “Waldorf Astor” no mundo, mas um chefe satisfeito ou um cliente surpreendido podem equivaler a nosso Waldorf Astoria pessoal.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Deus não só se demonstra, se mostra



Numa certa ocasião, um jovem, inquieto por encontra e demonstrar a existência de Deus, aproximou-se de um místico oriental que se encontrava meditando à sombra de uma árvore, e disse-lhe: “Quer ver a Deus, diga-me como posso experimentá-lo”!. O mestre, como é típico deles, não disse nenhuma palavra, mas seguiu fazendo sua meditação. O jovem voltou com o mesmo pedido no dia seguinte, e assim por um bom tempo, mas sem receber respostas, até que, finalmente, ao ver sua perseverança o mestre disse-lhe: “Pareces um autêntico buscador de Deus. Esta tarde descerei até o rio para tomar um banho. Encontra-me ali comigo”.
Quando, naquela tarde, estavam os dois no rio, o mestre agarrou o jovem pela cabeça, e o afundou na agua e o manteve assim durante um tempo, enquanto o pobre jovem lutava para sair para a superfície. Ao final de um tempo, o mestre o soltou e disse: “Venha ver-me amanhã, junto a árvore”. Quando o dia seguinte o jovem chegou ao lugar indicado, o mestre foi o primeiro a falar, dizendo: “por que lutavas enquanto eu segurava tua cabeça debaixo da água?” – O jovem respondeu: “Porque eu queria respirar, do contrário, poderia me afogar”. O mestre sorriu e disse: “O dia em que desejares a Deus e encontrar-te com Ele com a mesma ânsia com que querias respirar, nesse dia se mostrará a ti, o experimentarás e, portanto, o demonstrarás…”
Assim como o jovem do relato, muitos de nós andamos no mundo, consciente ou inconscientemente, buscando o sentido da nossa vida, da felicidade, da plenitude, querendo ou não, buscando a Deus, queremos que nos seja demonstrado; de alguma forma, satisfaça nossas necessidades. Embora, em algum momento desta busca devemos parar e pensar que: “Aquele que busca a Deus se sente buscado por Ele, como perseguido por Ele, e n’Ele descansa, com um mar vasto e quente. Esta busca de Deus somente é possível nesta vida, e a vida só tem sentido por esta mesma busca. Deus aparece sempre e em todas as partes, e em nenhum lugar se encontra. O ouvimos nas ondas nítidas, mas, embora, calmas. Em todos os lugares encontramos e nunca poderemos capta-Lo; mas um dia a busca cessará e será um encontro definitivo. Quando encontramos a Deus, todos os bens deste mundo são encontrados e possuídos.
Por outro lado, bem sabemos  que o ser humano, em seu esforço para compreender tudo, busca todas as luzes e por muitos meios as ferramentas necessárias para satisfazer suas interrogações mais profundas. Ao longo da história se perguntou sobre seu ser e sua existência e, portanto, questiona a transcendência e a existência de Deus. Neste esforço, não são poucos os que, por sua inteligência, nos oferecem tratados e discursos eloquentes que nos ajudam a conhecer as diversas ciências humanas que respondem às  exigências de hoje. Embora, tem que se dizer que não é alheio a nós saber que o relativismo se infiltrou tanto na sociedade que resultou uma indiferença religiosa que trouxe consigo a falta de fé, confusão e muitas desordens que se manifestam em diversos âmbitos da humanidade.
E assim como toda ciência necessita demonstrar suas teses com base no empírico, a “ciência Divina” para ser demonstrada necessita ser mostrada através da experiência pessoal, não por leis temporais, mas pelas “leis espirituais” que estão impressas no coração do homem. Sim, Deus, não se demonstra, se mostra em nossa vida quando somos capazes de abrirmos a seu amor e sermos partícipes de seus dons, quando, com humildade, reconhecemos a nossa incapacidade de abarca-lo todo e descobrirmos que existe um Ser superior a tudo e todos que com seu amor vem a nós e nos chama a encontrar um significado à nossa existência unidos a Ele.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A roupa faz diferença?

Sem maiores preocupações com o vestir, o médico conversava descontraído com o enfermeiro e o motorista da ambulância, quando uma senhora elegante chega e de forma ríspida, pergunta:

- Vocês sabem onde está o médico do hospital?
 
Com tranqüilidade o médico respondeu:
 
- Boa tarde, senhora! Em que posso ser útil?
 
Ríspida, retorquiu:
 
- Será que o senhor é surdo? Não ouviu que estou procurando pelo médico?
 
Mantendo-se calmo, contestou:
 
- Boa tarde, senhora! O médico sou eu, em que posso ajudá-la ?!?!
 
- Como?!?! O senhor?!?! Com essa roupa?!?!...
 
- Ah, Senhora! Desculpe-me! Pensei que a senhora estivesse procurando um médico e não uma vestimenta....
 
- Oh! Desculpe doutor! Boa tarde! É que... Vestido assim, o senhor nem parece um médico...
 
- Veja bem as coisas como são...- disse o médico -... As vestes parecem não dizer muitas coisas, pois quando a vi chegando, tão bem vestida, tão elegante, pensei que a senhora fosse sorrir educadamente para todos e depois daria um simpaticíssimo "boa tarde!"; como se vê, as roupas nem sempre dizem muito...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Mario de Andrade: O valioso tempo dos maduros



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, roía até o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral da Vida.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade...
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Milagres existem



Uma pequena menina, chamada Tere, foi a sua casa e pegou um frasco que estava escondido em seu quarto. Esparramou seu contou no chão e contou com cuidado. Contou três vezes, inclusive o total foi exato. Não havia dúvidas.

Colocou cuidadosamente moedas de volta no frasco e fechou-o, saiu sigilosamente pela porta de trás e caminhou seis quadras até a Farmácia de Rexall, que tinha uma placa com um símbolo indígena sobre a porta. Ela esperou pacientemente que o farmacêutico lhe prestasse atenção, mas estava muito ocupado no momento.

Tere moveu seus pés para que seus sapatos fizessem barulho e nada, limpou sua garganta mais forte que pode, também não serviu pra nada, finalmente pegou 25 centavos do frasco e tocou no balcão de vidro. Isto foi suficiente.

- “O que você quer?” – perguntou o farmacêutico todo desgostoso. – “Estou falando com meus irmãos que viveram de Chicago e não os vejo há anos”. – disse-lhe o farmacêutico.

- Bem, quero falar-te sobre o meu irmão. – contestou a menininha no mesmo tom de impaciência do farmacêutico. – “Ele está muito, muito doente… e quero comprar um milagre”. 

- “Perdão?” – disse o farmacêutico.

- “Seu nome é André e algo mal está crescendo em sua cabeça e meu pai disse que somente um milagre pode salva-lo. Agora me diga, quando custa um milagre?”.

- “Nós não vendemos milagres aqui, garotinha. Sinto muito, mas não posso ajudar-te”. – disse o farmacêutico com voz suave.

- “Ouça, tenho dinheiro para paga-lo, se não é suficiente, conseguirei o que falta, mas me diga quanto custa”. 

O irmão do farmacêutico, que era um homem muito bem vestido, interviu e pergunto à menininha:
- “Que tipo de milagre o teu irmão necessita?“.

- “Não sei” – replicou Tere com olhos muito abertos – “Eu só sei que eles está muito enfermo e mamãe disse que necessita de uma operação, mas meu pai não pode paga-la, por isso quero usar meu dinheiro”

- “Quanto tens?” – perguntou o homem de Chicago.

- “Um dólar e onze centavos” – contestou Tere, apenas audível. – “Esse é todo o dinheiro que tenho, mas posso conseguir mais se for necessário”.

- “Bem, que coincidência” – sorriu o homem – “Um dólar e onze centavos… é o preço exato de um milagre para o teu irmãozinho”.

Ele pegou o dinheiro em sua mão e com a outra sustentou a sua mãozinha e disse: 

- “Leve-me onde moras, quero ver o teu irmão e conhecer os teus pais, vejamos se tenho o milagre que necessitas’.

Esse homem bem vestido era o Dr. Carlos Armstrong, um cirurgião especializado em neurocirurgia. A operação foi completamente grátis e sem despesa nenhuma com hospital, até que André regressou são a sua casa.

Mamãe e papai comentaram felizes sobre a sequência de fatos que levaram a isso.

- “Essa cirurgia” – sussurrava sua mãe – “foi realmente um milagre. Nem imagino quando poderia custar”.

Tere sorriu. Ela sabia exatamente quando custou um milagre… um dólar e onze centavos… mais a fé de uma menininha.

Um milagre não é a suspensão de uma lei natural, mas a implementação de uma lei superior.