domingo, 6 de janeiro de 2013

O Messias disfarçado



Havia um monastério no qual a piedade havia decaído. Não é que os monges foram maldosos, mas sim que na casa havia uma espécie de grande aborrecimento, que os monges não pareciam felizes, ninguém queria nem estimava a ninguém e isto se notava na vida diária, como se fosse uma capa espessa de mediocridade.
Tanto que um dia o Abade foi visitar a um famoso sábio, com fama de santo, que, depois de ouvi-lo e refletir, disse-lhe:
“O problema, irmão, é muito claro. No teu monastério todos cometeram um grande pecado. Resulta que entre vós vive o Messias camuflado, disfarçado, e ninguém de vós se deu conta disto”.
O bom Abade regressou, preocupadíssimo, a seu monastério porque, por um lado, não podia duvidar da sabedoria daquele santo, mas, por outro, não poderia imaginar quem dentre os seus companheiros, poderia ser o Messias disfarçado.
Acaso seria o mestre do coro? Impossível. Era um homem bom, mas era vaidoso, creio. Seria o mestre dos noviços? Não, não. Era também um bom monge, mas era muito duro, irascível. Impossível que fosse o Messias. E o irmão porteiro? O cozinheiro? Repassou, um por um, a lista de seus monges e a todos ele encontrava um monte de defeitos. Claro que – disse a si mesmo – si o Messias estava disfarçado, poderia estar disfarçado atrás de alguns defeitos aparentes, mas ser, por dentro, o Messias.
Ao chegar ao seu convento, comunicou a seus monges o diagnostico do santo e todos seus companheiros se puseram a pensar quem deles poderia ser o Messias disfarçado. E todos, mais ou menos, chegaram às mesmas conclusões do seu Abade. Mas, por acaso, começaram a tratar todos melhor a seus companheiros, a todos, não queriam ofender ao Messias. E começaram a ver que tinham mais virtudes do que eles suspeitavam.
E, pouco a pouco, o convento foi enchendo-se de amor, porque cada um tratava a seu vizinho como si o mesmo fosse Deus mesmo. E todos começaram a ser verdadeiramente felizes, amando e sentindo-se amados.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Oração da Manhã: Salmo 149

A alegria e o louvor dos santos
Os filhos da Igreja, novo povo de Deus, se alegrem no seu Rei Cristo Jesus (Hesíquio)

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
2Alegre-se Israel em quem o fez,*

e Sião se rejubile no seu Rei!
3Com danças glorifiquem o seu nome,*
toquem harpa e tambor em sua honra!
4Porque, de fato, o Senhor ama seu povo*
e coroa com vitória os seus humildes.
5Exultem os fiéis por sua glória,*
e cantando se levantem de seus leitos,
6com louvores do Senhor em sua boca*
e espadas de dois gumes em sua mão,
7para exercer sua vingança entre as nações,*
e infligir o seu castigo entre os povos,
8colocando nas algemas os seus reis,*
e seus nobres entre ferros e correntes,
9para aplicar-lhes a sentença já escrita:*
Eis a glória para todos os seus santos.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

O médico




Um médico entrou no hospital com pressa depois de ser chamado a uma cirurgia de emergência. Ele respondeu ao chamado, o mais rápido possível, mudou de roupas e foi diretamente para o bloco cirúrgico. Ele encontrou o pai do menino indo e vindo na sala de espera do médico. Depois de vê-lo, o pai gritou:
"Por que você tomou todo esse tempo para vir, não sabia que a vida de meu filho está em perigo... você não tem senso de responsabilidade?"
O médico sorriu e disse: "Desculpe, eu não estava no hospital e eu vim o mais rápido que pude depois de receber a chamada... E agora, eu gostaria que você se acalma-se para que eu possa fazer o meu trabalho"
"Me acalmar? E se fosse seu filho quem estivesse nesta sala agora, você estaria calmo? Se o seu filho fosse agora o que estivesse morrendo?" Disse o pai irritado.
O médico sorriu novamente e respondeu: 
"Eu vou dizer o que disse Jó na Bíblia "Do pó viemos e ao pó voltaremos, bendito seja o nome de Deus" Os médicos não podem prolongar a vida. Vou interceder por seu filho, vamos fazer todo o possível pela graça de Deus "
"Dar conselhos quando não estamos em situação é tão fácil", murmurou o pai.
A cirurgia levou algumas horas, depois que o médico saiu feliz:
"Graças a Deus! Seu filho está salvo!".
E sem esperar por uma resposta do pai, com muita pressa olha para o relógio e foge. Ao mesmo tempo em que vai, ele disse:
"Se você tiver alguma dúvida, pergunte a enfermeira!"
"Por que é tão arrogante? Não podia esperar mais alguns minutos para eu pedir mais informações sobre o estado do meu filho".
E a enfermeira, cheia de lágrimas pelo seu rosto:
"O filho do Dr. morreu ontem em um acidente de estrada, o médico estava no cemitério quando você chamou para realizar a cirurgia do SEU FILHO. E agora que ele salvou a vida de seu filho, ele correu para terminar o sepultamento do filho dele".

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Voltando da guerra



Esta história é sobre um jovem soldado que finalmente estava voltando para casa depois de ter lutado no Vietnã. Ele ligou para seus pais em São Francisco antes de chegar em casa:
-- Mãe, pai, estou voltando! Mas tenho um favor a pedir. Gostaria de trazer comigo um grande amigo.
-- Claro - eles responderam. - Nós adoraríamos conhecê-lo!
-- Há algo que vocês precisam saber - continou o filho. - Ele foi terrivelmente ferido na guerra pois pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Ele não tem nenhum lugar para ir e por isso eu quero que ele venha morar conosco.
-- Eu sinto muito ouvir isso filho, nós talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar para ele morar - disseram.
-- Não, mamãe e papai, eu quero que ele venha morar conosco mesmo!
-- Filho - disseram os pais. - Você não sabe o que está pedindo. Alguém com tanta dificuldade seria um grande fardo para nós. Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver. Acho que você deveria voltar logo para casa e esquecer este rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo.
Os pais então passaram a aguardar ansiosos a volta do querido filho, mas durante algum tempo não ouviram mais nenhuma palavra dele. Alguns dias depois, no entanto, eles receberam um telefonema da polícia de São Francisco. O filho deles havia morrido depois de ter caído de um prédio. A polícia acreditava em suicídio. Os pais angustiados e desolados voaram para lá e foram identificar o corpo rapaz. Eles o reconheceram. Para o seu horror, descobriram algo que desconheciam: o filho deles tinha apenas um braço e uma perna...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A biblioteca viva

Antonio Torrado



Era uma vez, na Roma antiga, um homem muito rico, que gostava de exibir a sua riqueza em festas fabulosas. Mas havia um inconveniente.
Como o ricaço tivesse pouca instrução, com dificuldade acompanhava as conversas dos seus convidados, que apreciavam falar de literatura e de outros assuntos desenvolvidos em livros, que ele desconhecia.
Apercebendo-se disso, ordenou ao governante do seu palácio que escolhesse uns tantos escravos inteligentes e de boa memória. Para quê? Para obrigar cada um deles a decorar um livro. Queria assim provar que os livros eram dispensáveis, desde que se dispusesse de escravos capazes de os saber de cor e salteado.
A aprendizagem dos escravos demorou, mas ao fim de algum tempo este homem muito rico podia orgulhar-se de possuir a única biblioteca viva de todo o Império romano.
Sempre que queria mostrar que não ficava atrás dos seus convidados mais cultos, o homem muito rico batia palmas e chamava, pelo nome da obra, o escravo que a tinha decorado. Tanto podia ser a "Ilíada", como a "Odisseia" ou a "Eneida". O escravo recitava-a, fosse do princípio, fosse do meio, fosse do fim para o princípio.
De uma vez, estava o homem muito rico à conversa com alguns poetas e escritores, e quis embasbacá-los.
– Conheço uma passagem da "Ilíada", que vem a propósito do que estávamos a conversar – disse ele, enquanto batia palmas – Chamem o "Ilíada".
Mas o escravo que sabia a "Ilíada" não apareceu.
– Que se passa? – perguntou o homem muito rico, estranhando a demora.
O governante do palácio, aflito, ajoelhou-se aos pés do seu exigente patrão e balbuciou:
– Perdoai-me, senhor, mas o "Ilíada" está com dores de barriga.
Parece que foi a partir deste incidente que o homem muito rico se resolveu a ganhar instrução pelos seus próprios meios.