segunda-feira, 25 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

Animais Unidos - Jamais Serão Vencidos - TRAILER HD



Eis um filme/desenho que todos deveriam assistir e levar a sério. A Igreja, este ano, faz a Campanha da Fraternidade chamando atenção de todos quanto ao Mundo. O Planeta Terra está sofrendo por nossas ambições. O Filme, a partir de uma simples tartaruga, nos da a mensagem que, se os animais falassem de verdade, nos diria: "Nós humanos somos inteligentes, matamos tudo e estamos começando a nos matar tambem". Prestemos atenção. O fim pode estar próximo. Mas não vamos levar conosco aquela que é nossa casa, nossa vida, nosso lápide: a Terra!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Pare de correr porque o fim chega mais depressa

Li este texto e achei melhor partilhar. Tomar um pouco do meu tempo para ler e refletir sobre a sociedade do tempo.

FILOSOFIA DA VOLVO

T
exto escrito por um brasileiro que vive na Europa e trabalha na Volvo.


Já vai para 18 anos que estou aqui na Volvo, uma empresa sueca.

Trabalhar com eles é uma convivência, no mínimo, interessante.
Qualquer projeto aqui demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É regra. Então, nos processos globais, nós (brasileiros, americanos, australianos, asiáticos) ficamos aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada.
Porém, nosso senso de urgência não surte qualquer efeito neste prazo.

Os suecos discutem, discutem, fazem "n" reuniões, ponderações. E trabalham num esquema bem mais "slow down". O pior é constatar que, no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade: bem pouco se perde aqui.

E vejo assim:
1. O país é do tamanho de São Paulo;
2. O país tem 2 milhões de habitantes;
3. Sua maior cidade, Estocolmo, tem 500.000 habitantes (compare com Curitiba, que tem 2 milhões);
4. Empresas de capital sueco: Volvo, Scania, Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare... Nada mal, não?
5. Para ter uma idéia, a Volvo fabrica os motores propulsores para os foguetes da NASA.

Digo para os demais nestes nossos grupos globais: os suecos podem estar errados, mas são eles que pagam nossos salários.
Entretanto, vale salientar que não conheço um povo, como povo mesmo, que tenha mais cultura coletiva do que eles.

Vou contar para vocês uma breve só para dar noção.

A primeira vez que fui para lá, em 90, um dos colegas suecos me pegava no hotel toda manhã. Era setembro, frio, nevasca. Chegávamos cedo na Volvo e ele estacionava o carro bem longe da porta de entrada (são 2.000 funcionários de carro). No primeiro dia não disse nada, no segundo, no terceiro... Depois, com um pouco mais de intimidade, numa manhã, perguntei: "Você tem lugar demarcado para estacionar aqui? Notei que chegamos cedo, o estacionamento vazio e você deixa o carro lá no final."

Ele me respondeu simples assim: "É que chegamos cedo, então temos tempo de caminhar - quem chegar mais tarde já vai estar atrasado, melhor que fique mais perto da porta. Você não acha?".

Olha a minha cara! Ainda bem que tive esta na primeira. Deu para rever bastante os meus conceitos.

Há um grande movimento na Europa hoje, chamado Slow Food. A Slow Food International Association - cujo símbolo é um caracol, tem sua base na Itália (o site, é muito interessante. Veja-o!).

O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar,saboreando os alimentos, "curtindo" seu preparo, no convívio com a família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food e o que ele Representa como estilo de vida em que o americano endeusificou.

A surpresa, porém, é que esse movimento do Slow Food está servindo de base para um movimento mais amplo chamado Slow Europe como salientou a revista Business Week numa edição européia.

A base de tudo está no questionamento da "pressa" e da "loucura" gerada pela globalização, pelo apelo à "quantidade do ter" em contraposição à qualidade de vida ou à "qualidade do ser".

Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, embora trabalhem menos horas( 35 horas por semana ) são mais produtivos que seus colegas Americanos ou ingleses.

E os alemães, que em muitas empresas instituíram uma semana de 28,8 horas de trabalho, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%.

Essa chamada "slow atitude" está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do "Fast" (rápido) e do "Do it now" (faça já).

Portanto, essa "atitude sem-pressa" não significa fazer menos, nem ter menor produtividade. Significa, sim, fazer as coisas e trabalhar com mais "qualidade" e "produtividade" com maior perfeição, atenção aos detalhes e com menos "stress".
Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do "local", presente e concreto em contraposição ao "global" - indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercitivo, mais alegre, mais "leve" e, portanto, mais produtivo onde seres humanos, felizes, fazem com prazer, o que sabem fazer de melhor.

Gostaria que você pensasse um pouco sobre isso... Será que os velhos ditados "Devagar se vai ao longe" ou ainda "A pressa é inimiga da perfeição" não merecem novamente nossa atenção nestes tempos de desenfreada loucura?
Será que nossas empresas não deveriam também pensar em programas sérios de "qualidade sem-pressa" até para aumentar a produtividade e qualidade de nossos produtos e serviços sem a necessária perda da "qualidade do ser"?

No filme "Perfume de Mulher", há uma cena inesquecível, em que um personagem cego, vivido por Al Pacino, tira uma moça para dançar e ela responde: - "Não posso, porque meu noivo vai chegar em poucos minutos."

- "Mas em um momento se vive uma vida" - responde ele, conduzindo-a num passo de tango.
E esta pequena cena é o momento mais bonito do filme.

Algumas pessoas vivem correndo atrás do tempo, mas parece que só alcançam quando morrem enfartados, ou algo assim.

Para outros, o tempo demora a passar; ficam ansiosos com o futuro e se esquecem de viver o presente, que é o único tempo que existe.

Tempo todo mundo tem, por igual!
Ninguém tem mais nem menos que 24 horas por dia. A diferença é o que cada um faz do seu tempo. Precisamos saber aproveitar cada momento, porque, como disse John Lennon: - "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro"...

Parabéns por ter lido até o final!
Muitos não lerão esta mensagem até o final, porque não podem "perder" o seu tempo neste mundo globalizado.

Pense e reflita, até que ponto vale a pena deixar de curtir sua família.
De ficar com a pessoa amada, ir pescar no fim de semana ou outras coisas...
Poderá ser tarde demais!

Saber aprender para sobreviver...
DIVULGUEM AOS AMIGOS !!!

Recebi por email.

sábado, 9 de abril de 2011

"Vivo por Ella"Andrea Bocelli & Sandy- VIDEOCLIP-director/Marcello Blois...


Ouvi e bateu Saudade!

A literatura infanto-juvenil: seu grande dia

No calendário civil, hoje, dois de abril, é o dia da Literatura Infanto-Juvenil. Porém, um pouco esquecido nas escolas por causa dos preços dos livros não serem acessíveis a toda população.

Longe de vermos as crianças com uma obra literária nas mãos, ainda tem muitas pessoas que buscam este tipo de literatura como uma forma de viajar pelo tempo, espaço e fantasia.

A Literatura Infanto-Juvenil nasceu do impulso dos homens de contar histórias. Normalmente, para guardar uma lembrança de um fato (memória), ou de uma tradição, transmitir valores, até mesmo, responder perguntas difíceis. Com este impulso o foco das histórias começou a ser as crianças. Elas são aqueles que vão perpetuar cada palavra dita.

Uma forma que encontramos este tipo de tradição são os mitos contados de geração em geração. Segundo Cristiane de Oliveira, em seu artigo: “A literatura infantil”, diz que: “Não há povo que não se orgulhe de suas histórias, tradições e lendas, pois são a expressão de sua cultura e devem ser preservadas. Concentra-se aqui a íntima relação entre a literatura e a oralidade”.

Pode-se encontrar histórias que passaram gerações e ainda motivam a criação de filmes, jogos de computador, etc. Os personagens aparecem como sonhos, encantamento. Exemplo: Ali Babá e os quarenta ladrões; Aladim e a lâmpada mágica; Sansão e Dalila; Os deuses do olimpo.

É por meio destas histórias que a criatividade de inventar novas narrativas, novos personagens, começam a ganhar espaço na mídia. Cada palavra, cada frase ou personagem, pode comover, fazer os olhos brilharem, remeter à infância, sonhar com o futuro.

Encontramos nos personagens um pouco daquilo que sonhamos quando criança e que desejaríamos ser enquanto adultos. Cristiane de Oliveira diz ainda: “A autêntica literatura infantil não deve ser feita essencialmente com intenção pedagógica, didática ou para incentivar hábito de leitura. Este tipo de texto deve ser produzido pela criança que há em cada um de nós. Assim o poder de cativar esse público tão exigente e importante aparece”.

Por isso contar histórias é uma forma de alimentar a criatividade. Pois elas servem para todas as idades. O segredo da literatura infanto-juvenil está em trabalhar o imaginário e a fantasia.

Leia na íntegra o artigo da autora CRISTIANE DE OLIVEIRA. “A LITERATURA INFANTIL” [online]. Disponível na internet via WWW URL: http://graudez.com.br/litinf/origens.htm – Capturado em 2/4/2011

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Amizade

AMIZADE.

A primeira forma de amar alguém é se abrir a uma nova realidade que perpassa todo esforço e suporta toda dificuldade que uma pessoa possa ter para chegar até alguém. Ou seja, a ser seu amigo.

Muito se exige de que sem dispõe, pois precisa abrir o coração. Melhor, não é preciso só abrir o coragem, é necessário mesmo é escancarar a porta do coração para uma nova realidade.

Ignorante é aquele que vê neste conceito de amar, apenas a palavra sexo. Como se as duas fossem a mesma coisa. Amizade não é um momento de prazer, não é um momento de lazer. Amar é o infinito do tempo. É buscar ir além dos próprios conceitos e preconceitos em direção a um mundo obscuro, porém, claro aos olhos. A uma realidade vindoura que pode mudar tudo. Tudo mesmo, sem exceção. Muda o sentido do verbo, muda o sentido da frase, muda o sentido da ação.

Zelo é a palavra chave para manter um bom amigo. Caminho certo para conseguir perpetuar o amor entre duas pessoas. Na realidade, é o SABER CUIDAR. Não como se fosse uma joia rara, escondida em uma caixa. Mas sim, daqueles joias que estão expostas em um museu, onde todos podem ver, apreciar e concluir que: "eles são realmente amigos, eles se amam de verdade". Por quê?

Acredita-se que tudo isto não passa de uma besteira. Que duas pessoas não pode se amar realmente como são. Assistindo um seriado da Globo, vemos que um dos atores, adolescente, fala que amizade entre homem e mulher não se pode, não é certo. Ou seja, mais uma vez fala-se que amar alguem, acima de qualquer coisa, precisa o sexo estar envolvido. Quem nunca teve um amigo de longa data e nunca perguntou se era certo ou não. Quem não tem uma melhor amiga, daquela que fala para gente como tem que ser. Onde procurar um amigo?

Dádiva! Eis o que se pode concluir de uma amizade. É a questão mais seria. É o presente que não é pedido. Ele simplesmente aparece do nada. De uma forma que a gente nem sonha. Ganhamos a confiança, a presença, a certeza de que tem alguém que pensa, fala, vê, escuta cada um de nós.

Exatamente, aparece do nada, sem pedir nada em troca. A única coisa que vemos entre dois amigos é a reciprocidade, simplicidade, sinceridade e companheirismo. Virtudes estas que estão em crise na nossa sociedade. Para ser amigo exige-se apenas que queiramos alguém ao nosso lado que possa, de uma forma simples, dizer-nos o que é a

AMIZADE.

domingo, 19 de dezembro de 2010

É Natal! O melhor presente é um livro

De "O Dia Online"

Martinho da Vila:
É Natal! O melhor presente é um livro

Rio - Oi, amiga! Alô, amigo! É Natal, tempo de presentear, e o melhor presente é um livro. Vamos ler? Vale qualquer um, mas não se engane vasculhando só as orelhas, o prefácio e a contracapa. Eu amo os livros, mas não sou um grande leitor e não aprecio livros grossos, pesados.

Além de ler, o que mais gosto de fazer é cantar. Qualquer palco é mágico e nele o artista se transforma. É também místico. Já entrei em cena num teatro com dor de dente, não senti nada durante a atuação e saí sentindo a dor. No palco é onde me sinto melhor, me dá prazer. Outra boa atividade é a composição, um prazeroso autossuplício. A junção de notas musicais para criar um novo som e o garimpo de palavras exatas para uma letra poética é angustiante, mas quando o compositor faz nascer uma nova música, tem a sensação de ter gerado um filho. Sinto o mesmo prazer quando boto o ponto final em um livro.

Quem lê atenciosamente uma obra inteira pela primeira vez tem a sensação de vitória e fica com a autoestima lá no alto, como me confidenciou Deuzina, uma das minhas irmãs que já está no céu: " Mano, já li o seu livro, o ‘Quizombas'. Fiquei feliz". O que mais sensibiliza um escritor é saber que alguém leu a sua obra, mesmo que seja um parente. "Alguma observação?", perguntei. " Só posso dizer que foi muito bom pra mim. Li tudinho. Não conta para ninguém, mas eu nunca havia lido um livro inteiro". Experimentei um estado de felicidade tão grande pelo que a mana me disse que as palavras me fugiram da boca. Balbuciei: "E... E aí?" Ela disse: "Estou me sentindo vitoriosa. Parece que sou outra pessoa". Respondi: " Pode crer que é. Leia mais que pegará gosto pelos livros e entrará para o superior grupo dos leitores". É um grupo seleto, porque o analfabetismo ainda não foi erradicado. Muitos alfabetizados não sabem ler direito e há pessoas formadas que só leram obras inteiras por obrigação, jamais pelo simples prazer. Entretanto, o interesse pelos livros está aumentando gradativamente, em parte graças às feiras literárias que acontecem por este Brasil afora. As Bienais do Rio e de São Paulo são frequentadas por milhões de pessoas e muitas feiras são realizadas em toda parte. Neste mês fui convidado para muitas, mas não dá pra ir a tudo que gostaria.

Participei de um evento literário em Angra dos Reis, fiz uma conferência no PEN Club do Brasil, outra em Angola na União dos Escritores e, no dia 2 próximo, falarei em Teresópolis. Não gosto muito de falar, prefiro escrever, cantar e ler. Boas obras devem ser relidas. É muito bom. Repus as mãos e os olhos no romance ‘Clara dos Anjos', do genial Lima Barreto, um romance com música, poesia, sexo, história... E senti uma nova emoção. Vale a pena conferir. Feliz Natal, amigos!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Decálogo do Leitor - Alberto Mussa


I - Nunca leia por hábito: um livro não é uma escova de dentes. Leia por vício, leia por dependência química. A literatura é a possibilidade de viver vidas múltiplas, em algumas horas. E tem até finalidades práticas: amplia a compreensão do mundo, permite a aquisição de conhecimentos objetivos, aprimora a capacidade de expressão, reduz os batimentos cardíacos, diminui a ansiedade, aumenta a libido. Mas é essencialmente lúdica, é essencialmente inútil, como devem ser as coisas que nos dão prazer.
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II – Comece e incentive a ler desde cedo, se puder. Ou pelo menos comece. E pelos clássicos, pelos consensuais. Serão cinqüenta, serão cem. Não devem faltar As mil e uma noites, Dostoiévski, Thomas Mann, Balzac, Adonias, Conrad, Jorge de Lima, Poe, García Márquez, Cervantes, Alencar, Camões, Dumas, Dante, Shakespeare, Wassermann, Melville, Flaubert, Graciliano, Borges, Tchekhov, Sófocles, Machado, Schnitzler, Carpentier, Calvino, Rosa, Eça, Perec, Roa Bastos, Onetti, Boccaccio, Jorge Amado, Benedetti, Pessoa, Kafka, Bioy Casares, Asturias, Callado,Rulfo, Nelson Rodrigues, Lorca, Homero, Lima Barreto, Cortázar, Goethe, Voltaire, Emily Brontë, Sade, Arregui, Verissimo, Bowles, Faulkner, Maupassant, Tolstói, Proust, Autran Dourado, Hugo, Zweig, Saer, Kadaré, Márai, Henry James, Castro Alves.
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III – Nunca leia sem dicionário. Se estiver lendo deitado, ou num ônibus, ou na praia, ou em qualquer outra situação imprópria, anote as palavras que você não conhece, para consultar depois. Elas nunca são escritas por acaso.
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IV – Perca menos tempo diante do computador, da televisão, dos jornais e crie um sistema de leitura, estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, dos 16 aos 75 anos, terá lido 720 livros. Se, no mês das férias, em vez de um, puder ler quatro, chegará nos 900. Com dois por mês, serão 1.440. À razão de um por semana, alcançará 3.120. Com a média ideal de três por semana, serão 9.360. Serão apenas 9.360. É importante escolher bem o que você vai ler.
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V – Faça do livro um objeto pessoal, um objeto íntimo. Escreva nele; assinale as frases marcantes, as passagens que o emocionam. Também é importante criticar o autor, apontar falhas e inverossimilhanças. Anote telefones e endereços de pessoas proibidas, faça cálculos nas inúteis páginas finais. O livro é o mais interativo dos objetos. Você pode avançar e recuar, folheando, com mais comodidade e rapidez que mexendo em teclados ou cursores de tela. O livro vai com você ao banheiro e à cama. Vai com você de metrô, de ônibus, e de táxi. Vai com você para outros países. Há apenas duas regras básicas: use lápis; e não empreste.
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VI - Não se deixe dominar pelo complexo de vira-lata. Leia muito, leia sempre a literatura brasileira. Ela está entre as grandes. Temos o maior escritor do século XIX, que foi Machado de Assis; e um dos cinco maiores do século XX, que foram Borges, Perec, Kafka, Bioy Casares e Guimarães Rosa. Temos um dos quatro maiores épicos ocidentais, que foram Homero, Dante, Camões e Jorge de Lima. E temos um dos três maiores dramaturgos de todos os tempos, que foram Sófocles, Shakespeare e Nelson Rodrigues.
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VII - Na natureza, são as espécies muito adaptadas ao próprio hábitat que tendem mais rapidamente à extinção. Prefira a literatura brasileira, mas faça viagens regulares. Das letras européias e da América do Norte vem a maioria dos nossos grandes mestres. A literatura hispano-americana é simplesmente indispensável. Particularmente os argentinos. Mas busque também o diferente: há grandezas literárias na África e na Ásia. Impossível desconhecer Angola, Moçambique e Cabo Verde. Volte também ao passado: à Idade Média, ao mundo árabe, aos clássicos gregos e latinos. E não esqueça o Oriente; não esqueça que literatura nenhuma se compara às da Índia e às da China. E chegue, finalmente, às mitologias dos povos ágrafos, mergulhe na poesia selvagem. São eles que estão na origem disso tudo; é por causa deles que estamos aqui.
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VIII – Tente evitar a repetição dos mesmos gêneros, dos mesmos temas, dos mesmos estilos, dos mesmos autores. A grande literatura está espalhada por romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Nenhum gênero é, em tese, superior a outro. Não se preocupe, aliás, com o conceito de gênero: história, filosofia, etnologia, memórias, viagens, reportagem, divulgação científica, auto-ajuda – tudo isso pode ser literatura. Um bom livro tem de ser inteligente, bem escrito e capaz de provocar alguma espécie de emoção.
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IX - A vida tem outras coisas muito boas. Por isso, não tenha pena de abandonar pelo meio os livros desinteressantes. O leitor experiente desenvolve a capacidade de perceber logo, em no máximo 30 páginas, se um livro será bom ou mau. Só não diga que um livro é ruim antes de ler pelo menos algumas linhas: nada pode ser tão estúpido quanto o preconceito.
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X – Forme seu próprio cânone. Se não gostar de um clássico, não se sinta menos inteligente. Não se intimide quando um especialista diz que determinado autor é um gênio, e que o livro do gênio é historicamente fundamental. O fato de uma obra ser ou não importante é problema que tange a críticos; talvez a escritores. Não leve nenhum deles a sério; não leve a literatura a sério; não leve a vida a sério. E faça o seu próprio decálogo: neste momento, você será um leitor.