Certo feirante, depois
de um dia muito proveitoso com excelentes resultados no negócio, se dispôs a
voltar para casa antes do entardecer. Montou seu cavalo e, prendendo muito bem
à cintura a bolsa com seu dinheiro, deu início à jornada de volta. Lá pelas
tantas, parou em um pequeno povoado para uma rápida refeição. Quando já se
preparava para prosseguir na caminhada, o moço da cachoeira o avisou:
- “Senhor, está
faltando um prego na ferradura da pata esquerda do seu animal. Não seria melhor
providenciar outro?”
- “Deixa faltar...” -
respondeu o feirante – “Estou com muita pressa; sem dúvida a ferradura
agüentará bem as horas que ainda restam a percorrer”. E lá se foi ele.
À tardinha, quando
parou para dar ração pro cavalo, o encarregado da cavalaria também foi ter com
ele, dizendo:
- “Olha, está faltando
a ferradura da pata esquerda do seu animal. Quer que o nosso ferreiro veja
isto?”
- “Deixa faltar. Estou
com muita pressa e restam poucas horas para que cheguemos ao nosso destino. Por
certo o cavalo resistirá” - respondeu ele.
Continuou a cavalgar,
mas já não conseguira andar muito, quando notou que o cavalo estava
manquejando. Tentou continuar na esperança de chegar em casa; entretanto, depois
de poucos metros o animal passou a tropeçar e, com pouco mais de tempo, numa
queda mais forte, o cavalo fraturou a perna e já não pôde mais sair do lugar.
Era noite e o feirante
viu-se obrigado a deixar o pobre animal caído, sem qualquer atendimento.
Desprendendo a caixa onde carregava uma série de apetrechos para seu uso na
feira, pô-la às costas e foi caminhando. A distância que parecia curta
tornou-se longa e penosa. Só muito tarde chegou ele cansado, faminto e
preocupado com a possível perda do animal. Foi então que começou a raciocinar:
Tudo por causa de um simples prego que não foi substituído no momento que se
fez necessário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário