sábado, 5 de janeiro de 2013

Oração da Manhã: Salmo 149

A alegria e o louvor dos santos
Os filhos da Igreja, novo povo de Deus, se alegrem no seu Rei Cristo Jesus (Hesíquio)

1Cantai ao Senhor Deus um canto novo,*
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
2Alegre-se Israel em quem o fez,*

e Sião se rejubile no seu Rei!
3Com danças glorifiquem o seu nome,*
toquem harpa e tambor em sua honra!
4Porque, de fato, o Senhor ama seu povo*
e coroa com vitória os seus humildes.
5Exultem os fiéis por sua glória,*
e cantando se levantem de seus leitos,
6com louvores do Senhor em sua boca*
e espadas de dois gumes em sua mão,
7para exercer sua vingança entre as nações,*
e infligir o seu castigo entre os povos,
8colocando nas algemas os seus reis,*
e seus nobres entre ferros e correntes,
9para aplicar-lhes a sentença já escrita:*
Eis a glória para todos os seus santos.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

O médico




Um médico entrou no hospital com pressa depois de ser chamado a uma cirurgia de emergência. Ele respondeu ao chamado, o mais rápido possível, mudou de roupas e foi diretamente para o bloco cirúrgico. Ele encontrou o pai do menino indo e vindo na sala de espera do médico. Depois de vê-lo, o pai gritou:
"Por que você tomou todo esse tempo para vir, não sabia que a vida de meu filho está em perigo... você não tem senso de responsabilidade?"
O médico sorriu e disse: "Desculpe, eu não estava no hospital e eu vim o mais rápido que pude depois de receber a chamada... E agora, eu gostaria que você se acalma-se para que eu possa fazer o meu trabalho"
"Me acalmar? E se fosse seu filho quem estivesse nesta sala agora, você estaria calmo? Se o seu filho fosse agora o que estivesse morrendo?" Disse o pai irritado.
O médico sorriu novamente e respondeu: 
"Eu vou dizer o que disse Jó na Bíblia "Do pó viemos e ao pó voltaremos, bendito seja o nome de Deus" Os médicos não podem prolongar a vida. Vou interceder por seu filho, vamos fazer todo o possível pela graça de Deus "
"Dar conselhos quando não estamos em situação é tão fácil", murmurou o pai.
A cirurgia levou algumas horas, depois que o médico saiu feliz:
"Graças a Deus! Seu filho está salvo!".
E sem esperar por uma resposta do pai, com muita pressa olha para o relógio e foge. Ao mesmo tempo em que vai, ele disse:
"Se você tiver alguma dúvida, pergunte a enfermeira!"
"Por que é tão arrogante? Não podia esperar mais alguns minutos para eu pedir mais informações sobre o estado do meu filho".
E a enfermeira, cheia de lágrimas pelo seu rosto:
"O filho do Dr. morreu ontem em um acidente de estrada, o médico estava no cemitério quando você chamou para realizar a cirurgia do SEU FILHO. E agora que ele salvou a vida de seu filho, ele correu para terminar o sepultamento do filho dele".

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Voltando da guerra



Esta história é sobre um jovem soldado que finalmente estava voltando para casa depois de ter lutado no Vietnã. Ele ligou para seus pais em São Francisco antes de chegar em casa:
-- Mãe, pai, estou voltando! Mas tenho um favor a pedir. Gostaria de trazer comigo um grande amigo.
-- Claro - eles responderam. - Nós adoraríamos conhecê-lo!
-- Há algo que vocês precisam saber - continou o filho. - Ele foi terrivelmente ferido na guerra pois pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Ele não tem nenhum lugar para ir e por isso eu quero que ele venha morar conosco.
-- Eu sinto muito ouvir isso filho, nós talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar para ele morar - disseram.
-- Não, mamãe e papai, eu quero que ele venha morar conosco mesmo!
-- Filho - disseram os pais. - Você não sabe o que está pedindo. Alguém com tanta dificuldade seria um grande fardo para nós. Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver. Acho que você deveria voltar logo para casa e esquecer este rapaz. Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo.
Os pais então passaram a aguardar ansiosos a volta do querido filho, mas durante algum tempo não ouviram mais nenhuma palavra dele. Alguns dias depois, no entanto, eles receberam um telefonema da polícia de São Francisco. O filho deles havia morrido depois de ter caído de um prédio. A polícia acreditava em suicídio. Os pais angustiados e desolados voaram para lá e foram identificar o corpo rapaz. Eles o reconheceram. Para o seu horror, descobriram algo que desconheciam: o filho deles tinha apenas um braço e uma perna...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

A biblioteca viva

Antonio Torrado



Era uma vez, na Roma antiga, um homem muito rico, que gostava de exibir a sua riqueza em festas fabulosas. Mas havia um inconveniente.
Como o ricaço tivesse pouca instrução, com dificuldade acompanhava as conversas dos seus convidados, que apreciavam falar de literatura e de outros assuntos desenvolvidos em livros, que ele desconhecia.
Apercebendo-se disso, ordenou ao governante do seu palácio que escolhesse uns tantos escravos inteligentes e de boa memória. Para quê? Para obrigar cada um deles a decorar um livro. Queria assim provar que os livros eram dispensáveis, desde que se dispusesse de escravos capazes de os saber de cor e salteado.
A aprendizagem dos escravos demorou, mas ao fim de algum tempo este homem muito rico podia orgulhar-se de possuir a única biblioteca viva de todo o Império romano.
Sempre que queria mostrar que não ficava atrás dos seus convidados mais cultos, o homem muito rico batia palmas e chamava, pelo nome da obra, o escravo que a tinha decorado. Tanto podia ser a "Ilíada", como a "Odisseia" ou a "Eneida". O escravo recitava-a, fosse do princípio, fosse do meio, fosse do fim para o princípio.
De uma vez, estava o homem muito rico à conversa com alguns poetas e escritores, e quis embasbacá-los.
– Conheço uma passagem da "Ilíada", que vem a propósito do que estávamos a conversar – disse ele, enquanto batia palmas – Chamem o "Ilíada".
Mas o escravo que sabia a "Ilíada" não apareceu.
– Que se passa? – perguntou o homem muito rico, estranhando a demora.
O governante do palácio, aflito, ajoelhou-se aos pés do seu exigente patrão e balbuciou:
– Perdoai-me, senhor, mas o "Ilíada" está com dores de barriga.
Parece que foi a partir deste incidente que o homem muito rico se resolveu a ganhar instrução pelos seus próprios meios.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A menina dos fósforos

Hans Christian Andersen
 
Fazia tanto frio! A neve não parava de cair na Europa, e a noite aproximava-se. Aquela era a última noite de dezembro, véspera do dia de Ano Novo. Perdida no meio do frio intenso e da escuridão, uma pobre menina seguia pela rua afora, com a cabeça descoberta e os pés descalços. É certo que ao sair de casa trazia um par de chinelos, mas não duraram muito tempo, porque eram uns chinelos que já tinham pertencido à mãe, e ficavam-lhe tão grandes, que a menina os perdeu quando teve de atravessar a rua correndo para fugir de um bonde. Um dos chinelos desapareceu no meio da neve, e o outro foi apanhado por um garoto que o levou, pensando fazer dele um berço para a irmã mais nova brincar.

Por isso, a menina seguia com os pés descalços e já roxos de frio; levava no avental uma quantidade de fósforos, e estendia um maço deles a todos que passavam, dizendo: — Quer comprar fósforos bons e baratos? — Mas o dia tinha ido mal. Ninguém comprara os fósforos, e, portanto, ela ainda não conseguira ganhar um tostão. Sentia fome e frio, e estava com a cara pálida e as faces encovadas. Pobre criança! Os flocos de neve caíam-lhe sobre os cabelos compridos e loiros, que se encaracolavam graciosamente em volta do pescoço magrinho; mas ela nem pensava nos seus cabelos encaracolados. Através das janelas, as luzes vivas e o cheiro delicioso da carne assada chegavam à rua, porque era véspera de Ano Novo. Nisso, sim, é que ela pensava. Sentou-se no chão e encolheu-se no canto de uma varanda. Sentia cada vez mais frio, mas não tinha coragem de voltar para casa, porque não vendera um único maço de fósforos, e não podia apresentar nem uma moeda, e o padrasto malvado era capaz de lhe bater. E afinal, em casa também não havia calor. A família morava numa meia-água, um barraco, e o vento metia-se pelos buracos das telhas, apesar de terem tapado com farrapos e palha as fendas maiores. Tinha as mãos quase paralisadas com o frio. Ah, como o calorzinho de um fósforo aceso lhe faria bem! Se  tirasse um, um só palito, do maço, e o acendesse na parede para aquecer os dedos...! Pegou num fósforo e: Fcht!, a chama espirrou e o fósforo começou a arder! Parecia a chama quente e viva de uma vela, quando a menina a tapou com a mão. Mas, que luz era aquela? A menina imaginou que estava sentada em frente de uma lareira cheia de ferros rendilhados, com um guarda-fogo de cobre reluzente. O lume ardia com uma chama tão intensa, e dava um calor tão bom! Mas, o que se passava? A menina estendia já os pés para se aquecer, quando a chama se apagou e a lareira desapareceu. E viu que estava sentada sobre a neve, com a ponta do fósforo queimado na mão.

Riscou outro fósforo, que se acendeu e brilhou, e o lugar em que a luz batia na parede tornou-se transparente como tule. E a menina viu o interior de uma sala de jantar onde a mesa estava coberta por uma toalha branca, resplandescente de louças delicadas, e mesmo no meio da mesa havia um ganso assado, com recheio de ameixas e puré de batata, que fumegava, espalhando um cheiro apetitoso. Mas, que surpresa e que alegria! De repente, o ganso saltou da travessa e rolou para o chão, com o garfo e a faca espetados nas costas, até junto da menina. O fósforo apagou-se, e a pobre menina só viu na sua frente a parede negra e fria.

Acendeu um terceiro fósforo. Imediatamente se viu ajoelhada debaixo de uma enorme árvore de Natal. Era ainda maior e mais rica do que outra que tinha visto no último Natal, através da porta envidraçada, em casa de um rico comerciante. Milhares de velinhas ardiam nos ramos verdes, e figuras de todas as cores, como as que enfeitam as vitrines das lojas, pareciam sorrir para ela. A menina levantou ambas as mãos para a árvore, mas o fósforo apagou-se, e todas as velas de Natal começaram a subir, a subir, e ela percebeu então que eram apenas as estrelas a brilhar no céu. Uma estrela maior do que as outras desceu em direção à terra, deixando atrás de si um comprido rastro de luz.

«Foi alguém que morreu», pensou para consigo a menina; porque a avó, a única pessoa que tinha sido boa para ela, mas que já não era viva, dizia-lhe à vezes: «Quando vires uma estrela cadente, é uma alma que vai a caminho do céu.»

Esfregou ainda mais outro fósforo na parede: fez-se uma grande luz, e no meio apareceu a avó, de pé, com uma expressão muito suave, cheia de felicidade!

— Avó! — gritou a menina — leva-me contigo! Quando este fósforo se apagar, eu sei que já não estarás aqui. Vais desaparecer como a lareira, como o ganso assado, e como a árvore de Natal, tão linda. 
Riscou imediatamente o punhado de fósforos que restava daquele maço, porque queria que a avó continuasse junto dela, e os fósforos espalharam em redor uma luz tão brilhante como se fosse dia. Nunca a avó lhe parecera tão alta nem tão bonita. Tomou a neta nos braços e, soltando os pés da terra, no meio daquele resplendor, voaram ambas tão alto, tão alto, que já não podiam sentir frio, nem fome, nem desgostos, porque tinham chegado ao reino de Deus.

Mas ali, naquele canto, junto do portal, quando rompeu a manhã gelada, estava caída uma menina, com as faces roxas, um sorriso nos lábios… morta de frio, na última noite do ano. O dia de Ano Novo nasceu, indiferente ao pequenino cadáver, que ainda tinha no regaço um punhado de fósforos. — Coitadinha, parece que tentou aquecer-se! — exclamou alguém. Mas nunca ninguém soube quantas coisas lindas a menina viu à luz dos fósforos, nem o brilho com que entrou, na companhia da avó, no Ano Novo.