Maximilian Carl Emil Weber, sociólogo, economista e político alemão, foi um dos mais notáveis intelectuais do início do século XX. No meio acadêmico, ficou para sempre conhecido como Max Weber e é considerado o fundador do estudo da sociologia moderna, juntamente com nomes como Auguste Comte, Karl Marx ou Émile Durkheim.
Começou por lecionar Economia e Ciência Política em Berlim, passando ainda pelas universidades de Friburgo e Heidelberg. No entanto, a morte do pai (1897) conduziu-o a um esgotamento nervoso, afastando-o do ensino. O episódio abriu-lhe, contudo, as portas para colaborações em jornais intelectuais alemães e a trabalhos de pesquisa.
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” reflete a forma como a religião, sobretudo o protestantismo nos EUA, foi um elemento-chave na consolidação do ideal capitalista. Sociólogo de inspiração protestante, Weber defendia que o catolicismo tradicional era fator impeditivo do desenvolvimento e da prosperidade do lucro e da riqueza. Dizia que “a religião era uma das razões [apesar de tudo] não exclusivas porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas”, salientando a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, da burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Segundo o seu pensamento, foi nesses que o protestantismo assumiu um papel essencial no enraizamento de uma lógica de produção de riqueza, da valorização do mérito pessoal e do trabalho como meios de valorização espiritual. Durante e após a I Guerra Mundial, Max Weber passou a estar mais atento ao reordenamento da Europa e da própria Alemanha. Foi, aliás, consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes (1919) e da comissão que redigiu a Constituição de Weimar. Foi nesse período que produziu mais dois tratados inspirados na nova realidade geoestratégica: “Parlamento e Governo na Alemanha reordenada” (1917) e “Conferência sobre o Socialismo” (1918).
Mais tarde, em 1919, Weber publica “A Política como Vocação”, obra em que funda uma definição de Estado que se tornou clássica para o pensamento político ocidental, segundo a qual, “somente quem tem a vocação politica terá certeza de não desmoronar quando o mundo, do seu ponto de vista, for demasiado estúpido ou demasiado mesquinho para o que ele deseja oferecer. Somente quem, frente a todas as dificuldades, pode dizer ‘apesar de tudo!’ tem a vocação para a política”.
Weber morreu em Munique, vítima de pneumonia.
André Rodrigues, Jornal Página 1 [Jornal Online], Ontem e Hoje, pag. 12)
Nenhum comentário:
Postar um comentário