quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Vendemos Sementes

Uma mulher sonhou que entrava em uma loja recém inaugurada, na praça do mercado e, para sua surpresa, descobriu que Deus é que encontrava atrás do balcão.
- “Que vendes aqui?” – ela perguntou
- “Tudo o que teu coração desejar” – respondeu Deus. Não acreditando no que tinha ouvido, ela decidiu procurar o que melhor uma pessoa pode desejar:
- “Desejo paz de espírito, amor, felicidade, sabedoria e ausência do todo temor”. E, logo depois de um momento de hesitação, acrescentou:
- “Não só para mim, mas para todo mundo”. Deus sorriu e disse:
- "Creio que não me tens compreendido, querida. Aqui não vendemos fruto. Vendemos, unicamente, sementes" - Deus conclui.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Espelho

Um dia chegou um grupo de escaladores procedentes de alguma cidade. Certamente foi um evento incomum. Não estiveram ali mais do que três horas.
Enquanto os montanhistas descansavam um pouco, uma das mulheres pegou da sua mochila um espelho de mão. Em um instante se viu rodeada de um exercito de meninas que olhavam em silêncio abrindo e fechando os olhos com um espanto solene. Nunca tinham vistos um espelho.
- O que é isto que tens na mão? – perguntou a mais pequena, indicando o espelho, com seu dedo gordinho.
- Isto? … Um espelho! – disse a mulher. Nunca viu um?
O grupo de meninas negou de forma uníssona movendo a cabeça e sem tirar os olhos daquele objeto maravilhoso. Vê-las era um espetáculo encantador e até mesmo a escaladora, acostumada a grupos de admiradores, foi presa em sua simplicidade.
- Que coisa! – disse. Você nunca tiu um e eu não poderia viver sem ele… pegue, te dou de presente.
E entregou o espelho à menina mais pequena. A menina olhou para sua mão, surpresa, depois sorriu e olhando intensamente, a garotinha lhe deu um sonoro beijo no rosto.
Porém, depois de um momento a menininha retornou e entregou o espelho à mulher.
- O que aconteceu? – disse a mulher. Não o quer?
- Não, é que… neste aparece apenas meu rosto! – respondeu a menininha. Ficar se vendo o tempo todo é chato… não tens outro onde aparecem meu papai, minha mamãe e meus amigos?

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O AMOR



Um filho se dirige à mãe:
 - Mamãe, meu coração tá doendo, passa pomada? 
 Preocupada a mãe pergunta,
 - Seu coração, filho? Como assim? O que aconteceu?
 - Não aconteceu nada mamãe, começou a doer do nada, mas tá doendo muito, passa a pomadinha!
 - Não tem como passar pomada no coração, filho. O que você estava fazendo quando começou a doer?
 - Eu estava conversando com a Laura, lá no balanço da escolinha. Aí ela me contou que gostava do Hugo, aquele meu amigo que vem sempre aqui em casa. Aí quando ele passou perto dela, ela levantou do balanço e foi atrás dele e me deixou sozinho. Aí o meu coração começou a doer, e tá doendo até agora.
 A mãe, assustada, não sabia o que dizer ao filho e então simplesmente o abraçou e sussurrou no ouvido dele:
 - Filho, você conheceu o amor.
 O filho, meio sem entender, perguntou:
 - O amor? Mas você sempre disse que o amor era uma coisa boa, e então por que ele está machucando meu coração?
 - Não são todos os que sabem valorizar o amor. Quando esse amor se oferece para alguém e esse alguém não dá valor, o amor fica triste e volta pra sua casinha, que é o coração. E para o amor entrar de novo no coração, deixa um machucado bem grande nele.  Esse machucado que fica no coração se chama decepção.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um "sabichão" no trem

Um jovem universitário se sentou, no trem, em frente a um senhor de idade, que devotamente passava as contas do seu terço.
O garoto, com a arrogância de seus poucos anos e o seu pedantismo da ignorância, disse-lhe:

- Parece mentira que ainda você crê nestas coisas antigas.
- Assim é, você não? – respondeu o ancião.
- Eu! - disse o estudante lançando uma estridente gargalhada – Acredite em mim: jogue este rosário pela janela e aprenda o que diz a ciência.
- A ciência? – pergunta o ancião com surpresa. – Eu não entendo bem. Talvez você pudesse explicar-me?
- Dê-me seu endereço – respondeu o garoto, fazendo-se de importante e em tom protetor – Eu te enviarei alguns livros que poderão ensinar.

O ancião pegou da sua carteira um cartão de visita e se entregou ao estudante, que leu assombrado:
“Louis Pasteur. Instituto de Investigações Científicas de Paris”;
O pobre estudante ficou corado e não sabia onde se esconder.
Havia se oferecido para instruir sobre a ciência ao homem que descobriu a vacina antirrábica, que havia prestado, precisamente com sua ciência, um dos maiores serviços à humanidade.
 Louis Pasteur, o grande sábio que tanto bem fez aos homens, nunca escondeu sua fé nem sua devoção à Nossa Senhora. E ele tinha, como um sábio, uma grande personalidade e foi considerado consciente e responsável por suas convicções religiosas.